Secretário de Energia do Amazonas descarta apagões por consequência da seca
Manaus & Municípios
Publicado em 06/10/2023

Maior parte da energia do estado é gerada em termelétricas abastecidas por diesel. Combustível é transportado pelos rios

 

Mesmo com a extrema seca que atinge o Amazonas e dificulta o transporte de carga nos rios, é baixa a possibilidade de desabastecimento de combustíveis para termelétricas, responsáveis por cerca de 70% da geração de energia no estado. A avaliação é do titular da Secretaria de Estado de Energia, Mineração e Gás (Semig), Ronney Peixoto.

 

“Tivemos uma conversa com a Amazonas Energia e ela nos informou que tem estoque para cerca de 90 dias. Temos acompanhado o estoque em cada um dos municípios, o que é nos repassado. Então, acreditamos que estamos preparados para que isso não aconteça”, disse.

 

Apesar da expectativa positiva, o secretário não descarta que possa haver problemas de falta de energia em “comunidades isoladas” por dificuldade no transporte de combustível.

 

“Caso aconteça, a gente vai tomar as medidas necessárias para que se corrija, mas temos convicção de que será o mínimo possível no abastecimento, sobretudo, no interior”, pontua.

 

Produção

A reportagem analisou dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e observou que a geração de energia no Amazonas segue na média (cerca de 900 MWmed) para o período. Os dados, porém, não levam em consideração a maior parte das termelétricas do interior do estado, que não estão ligadas ao Sistema Nacional.

 

Outro dado encontrado no ONS é o de produção de energia na hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo (a 110 quilômetros de Manaus). A usina tem capacidade para produzir até 260 MWmed e tem operado com níveis entre 100 e 170 MWmed, considerados normais. "O impacto de uma produção menor de Balbina é pequeno", ressalta Ronney Peixoto, se referindo ao fato de que a hidrelétrica normalmente já tem baixa capacidade de  produção.

 

Os níveis mais baixos para este ano foram registrados em janeiro, quando a produção chegou a 79 MWmed. Durante três dias a reportagem pediu nota à Eletronorte, que administra a hidrelétrica, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. O objetivo era saber se a UHE Balbina teve a geração de energia afetada pela estiagem.

 

Falta de energia

Neste período de seca e verão amazônico, o Amazonas tem registrado interrupções no serviço em razão do calor excessivo. A reportagem apurou que triplicaram as ocorrências junto à concessionária.

 

No dia 27 de setembro, a Amazonas Energia divulgou uma nota para informar que houve registro de “demanda histórica” no consumo de energia, o que aumentou o número de ocorrências.

 

“As famílias estão consumindo muito mais. Os equipamentos eletrônicos, o ar-condicionado passa a funcionar muito mais para dar uma temperatura mais agradável. A gente orienta a manter a manutenção do ar, colocar em 21º C para dar uma temperatura e equilibrar o consumo, mas a tendência é que esse consumo continue crescendo, porque o período mais quente é final de setembro para outubro”, avalia o diretor de Relações Institucionais da Amazonas Energia, Radyr Gomes.

 

Ele atribui as ocorrências não somente ao maior consumo, mas também a ligações clandestinas em Manaus, especificamente.

 

“Estamos preparados para suportar tudo isso, fizemos muitas reformas na nossa rede, mas não deixa de ter um ponto ou outro com sobrecarga pela grande quantidade de ligações clandestinas, principalmente na Zona Norte e Zona Leste”, diz.

 

(Foto: Divulgação)

Fonte: Waldick@acritica.com

 

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