Tudo indica que a guerra no Oriente Médio mobilizará o mundo de uma forma que não ocorre na guerra Rússia-Ucrânia
Nos últimos dias, a radicalização do conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas tem assombrado o mundo, já contabilizando milhares de mortos. A guerra é local, mas as consequências podem ser globais, principalmente econômicas, podendo atingir de modo particular os países emergentes. Para o Brasi, as notícias são péssimas.
A guerra no Oriente Médio pode nos atingir por meio do petróleo e do câmbio, ambos implicando em aumento da inflação, exatamente um dos maiores inimigos atuais da economia brasileira. Também devido a esse panorama delicado, o Brasil tem mantido relativa neutralidade em relação ao confronto, situando-se entre as nações que defendem o fim das agressões mútuas, ao lado de países como Rússia, China, Turquia e Egito. Infelizmente, não se vislumbra uma desescalada da violência nos próximos dias.
Diferente do Brasil, no entanto, diversas nações têm se manifestado por um lado ou por outro. Especialistas apontam o sério risco de, em caso de escalada do conflito, fortalecerem-se dois blocos globais antagônicos: se, de um lado, países como Canadá, União Europeia, Austrália e Coreia do Sul seguem os Estados Unidos no apoio a Israel, por outro, o mundo árabe reage, com manifestações de Irã, Iraque, Iêmen e Afeganistão favoráveis aos Palestinos.
Tudo indica que a guerra no Oriente Médio mobilizará o mundo de uma forma que não ocorre na guerra Rússia-Ucrânia. As nações estão tomando partido, inclusive preparando apoio militar. A história nos mostra que a formação de grandes grupos de países mobilizados por interesses conflituosos não costuma terminar bem.
Obviamente, o apoio dos Estados Unidos e de boa parte da Europa a Israel deve-se aos próprios interesses de cada nação em manter relações amistosas. Os Estados Unidos por exemplo, consideram Israel como um aliado estratégico no Oriente Médio, visto como um país democrático e estável em uma região onde a estabilidade é frequentemente desafiada.
O fato é que o mundo passa por uma prova de fogo, com duas guerras e andamento e muitos interesses em jogo. Isso tudo em um cenário global onde a economia ainda não se recuperou do baque causado pela pandemia de covid-19. Os próximos passos serão decisivos. Mais do que nunca, o mundo precisa optar pela paz.
(Foto: AFP)