Departamento jurídico do clube contou sua versão dos fatos e questionou envolvimento de funcionários da FAF; Entidade emitiu nota
De forma oficial, a atual diretoria do Atlético Rio Negro Clube - cujo atual presidente é Washington Deneriaz - apresentou sua versão dos fatos no que diz respeito aos últimos acontecimentos, que vão desde intervenção da justiça e o efeito suspensivo obtivo.
Representando o departamento jurídico da atual diretoria do clube, o advogado Eduardo Bessa alegou uma ‘tentativa de golpe’, Bessa explicou que o futebol do clube foi gerido pela Associação Esportiva e Cultural Galo Carijó - na Série B 2022 e Série A 2023 - e questionou o envolvimento de membros da Federação Amazonense de Futebol (FAF) na atual situação do Atlético Rio Negro Clube.
O advogado citou em especial o nome de Gilson Nogueira, que além de diretor financeiro da Associação Galo Carijó, é diretor financeiro da FAF. Gilson - ao lado de outros conselheiros - entrou com uma ação pedindo intervenção no Rio Negro, alegando irregularidades administrativas. Na capa do processo de 1º grau, consta o nome de Maurílio Filho, procurador jurídico adjunto da FAF. Vale frisar que, no mesmo dia, a FAF emitiu nota informando que Maurílio não faz parte do quadro de funcionários da entidade desde julho.
“No contrato de parceria que geriu o futebol do Rio Negro em 2023, diz que a Associação Galo Carijó tomaria conta do futebol do Rio Negro, como tomou conta em 2022, no ano do acesso. Como é que alguém entra na justiça, pedindo para que o Rio Negro preste contas, de algo que ele mesmo recebeu enquanto associação? Como é que o Rio Negro vai prestar contas de um dinheiro que não geriu, e sim a Associação Galo Carijó? É impossível”, questiona.
Durante a fala, Bessa apresentou o cheque assinado pelo presidente da FAF, no valor de R$171 mil, que a entidade concedeu à Associação Galo Carijó. O dinheiro é referente ao patrocínio do Governo do Estado do Amazonas que, este ano, distribuiu um total de R$7,5 milhões aos clubes e à Federação. O advogado chegou até mesmo a sugerir a renúncia de Rozenha, em caso de permanência de Gilson Nogueira no quadro de funcionários da FAF.
“O presidente Rozenha tem que nos explicar porque que, durante o ano todinho, sabendo da existência do processo e do vínculo entre o Gilson e o Maurílio nos seus quadros, nada foi feito para contornar essa situação. Se essa Federação se presta à moralidade que tanto gritou lá atrás, ela tem que, no mínimo, colocar o seu diretor financeiro na rua, senão vai estar sendo cúmplice dessa tentativa de golpe. Todos nós da diretoria acreditamos que o Rozenha não compactua com isso, mas ele precisa tomar uma atitude, ou a FAF virou um ‘puxadinho’ de interesse pessoais? Se for isso, é melhor que ele renuncie e feche a FAF”, finaliza.
Vai ter futebol
De forma breve, o presidente Washington Deneriaz afastou qualquer possibilidade do Rio Negro não disputar o Barezão 2024.
“Para mim, como presidente, isso é horrível. Começaram a falar que não ia ter futebol, nos chamando de incompetentes. O Rio Negro veio do futebol e vai ter futebol, mas vai ser um futebol com consciência. Fomos os primeiros a apresentar nossa comissão técnica e teremos um time competitivo, sim”, finaliza.
FAF se pronuncia
Em nota, a Federação Amazonense de Futebol se pronunciou a respeito das falas do advogado Eduardo Bessa, informando que não se envolve em questões administrativas de seus filiados e que o advogado Maurílio Filho não faz parte do quadro de funcionários da FAF desde julho.
No que tange às declarações do advogado do Atlético Rio Negro Clube, Dr. Eduardo Bessa, em coletiva realizada nesta terça-feira (5/12), esclarecemos: Que o Dr. Maurílio Sérgio Ferreira da Costa Filho, não faz mais parte do quadro de diretores da FAF, desde o mês de julho do corrente ano, conforme publicado por meio da Portaria n. 05/2023.
Por sua vez, o Dr. Antônio Gilson Nogueira de Souza é o atual diretor financeiro da FAF, e desempenha suas funções com profissionalismo e dedicação. Ressaltamos que sua relação com o Atlético Rio Negro Clube é de natureza pessoal, notadamente por ser conselheiro do clube.
Não obstante, reforçamos nosso compromisso com a construção de um novo momento para o futebol amazonense. Reconhecemos a importância de clubes como o Rio Negro, contudo, deixamos claro que não nos envolvemos em questões administrativas dos nossos filiados, tal como lamentamos os conflitos internos, sobretudo por se tratar de um clube vitorioso e centenário.
De todo modo, respeitamos a autonomia e a gestão própria de cada clube, não cabendo a FAF, qualquer intervenção nesse sentido.
Estamos comprometidos em trabalhar em prol do crescimento e fortalecimento do esporte, mantendo uma postura ética e transparente, focados em promover um ambiente saudável e positivo para o desenvolvimento do futebol local.
(Foto: Jeiza Russo)
Fonte: Deyvid Jhonatan / dejota@acritica.com