A agremiação buscou no povo indígena Xakriabá a inspiração para o enredo deste ano, intitulado “Kianumaká-manã – a protetora da floresta”
A gigante da zona Leste põe as garras de onça para fora em prol da preservação da Amazônia. O Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba (GRCES) A Grande Família buscou no povo indígena Xakriabá a inspiração para o enredo deste ano. “Kianumaká-manã – a protetora da floresta” é o enredo da agremiação que é a sexta escola a desfilar na Avenida do Samba, no Sambódromo, às 2h40 do dia 4 de fevereiro.
Kianumaka-manã é uma mulher indígena que se transforma em onça pintada para combater a exploração da Amazônia por madeireiros e garimpeiros. Ela também abençoa as batalhas indígenas, nas caças e na lida diária. É a deusa onça do povo Xakriabá. No ano passado a escola foi a vice-campeã com 268.5 pontos com o enredo “Eirunepé, o cordel amazônico”.
A mensagem que a escola pretende deixar é de preservação.
“Preservar. Não tem ninguém para falar sobre preservação do que nós, que vivemos no Amazonas. Se não fizermos por nós, quem irá fazer? Temos que preservar. E vamos mostrar dentro do desfile com uso de sintético e nada natural. Temos muita palha e juta daqui da região amazônica”, disse o diretor de carnaval Leon Medeiros.
Cleildo Barroso, presidente Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba A Grande Família (Foto: Jeiza Russo)
O presidente da agremiação, Cleildo Barroso, conhecido como Caçula, está com expectativas altas para esse enredo.
“É muito forte. A gente vem apresentando sobre a luta e a busca pelo entendimento do ser humano acerca do meio ambiente e preservação a floresta. Não é fácil fazer carnaval, mas estamos em busca desse título”, disse o gestor.
Esse ano é o primeiro carnaval sem a presença do memorável Luiz Gilberto Ferreira Lima, 66 anos, ex-presidente e um dos fundadores do GRCES A Grande Família. Ele faleceu no dia 18 de agosto do ano passado, em casa no bairro Cidade de Deus, zona Leste, após ser acometido de um ataque cardíaco fulminante. O atual presente da escola pretende manter o legado.
“A gente perdeu um grande líder, o nosso eterno presidente Luiz Gilberto, mas, graças a Deus estamos caminhando, juntamente com os sócios, diretores executivos e demais fundadores e também com a comunidade abraçando cada vez mais a nossa escola. E isso nos incentiva a melhorar a cada vez mais, e ser grande como sempre fomos. Independente da ausência, temos que ser a A Grande Família”, disse Barroso.
Integrantes da Escola de Samba A Grande Família durante ensaio (Foto: Jeiza Russo)
As fantasias estão à venda na quadra da escola, situada na rua Itajuba, número 186, bairro São José Operário, a partir de R$ 100. A bateria Puro Sentimento sob comando do mestre Luciano ajusta os últimos toques antes do desfile. E o samba-enredo manda o recado. “Vamos à luta/Nossa missão é cuidar/Da Amazônia pro futuro que virá/Eu sou a Grande Família/Eu sou a fera pintada/Chegou a hora dessa onça beber água".
(Foto: Jeiza Russo)
Fonte: Robson Adriano / online@acritica.com
