Há 75 anos, jornal fundado por Umberto Calderaro registra o cotidiano político, social, cultural e econômico do Estado
Em mais de sete décadas de circulação no Amazonas, o jornal A CRÍTICA imortalizou uma série de acontecimentos em suas páginas. Se para alguns o impresso é mídia ultrapassada, para outros, os jornais ainda têm uma relevância e credibilidade difícil de ser superada por outros meios de comunicação.
Como parte de uma série de reportagens para marcar os 75 anos do jornal A CRÍTICA, nossa equipe foi até a Biblioteca Pública do Amazonas, onde são guardadas como documento histórico as edições de A CRÍTICA que circularam desde 1949 até hoje. É neste espaço que a importância do periódico ganha ainda mais evidência.
“Temos cerca de 115 títulos no nosso acervo e o A CRÍTICA é, com certeza, o mais procurado pelos pesquisadores, que são nosso principal público. Isso acontece devido ao fato de o jornal ter uma linguagem mais direta e também porque é o título com mais edições catalogadas aqui no acervo”, comenta a bibliotecária responsável pelo espaço, Pâmela Souza.
Nesta quarta-feira, a Biblioteca do Amazonas inaugurou uma exposição temporária para marcar os 75 anos do jornal A CRÍTICA, completados no mesmo dia. Foram dispostas para o público capas históricas do periódico, dentre elas, as que marcaram os aniversários de 10, 25, 50 e 60 anos do jornal. A entrada é gratuita.
Tão importante é o registro dos fatos feito nas páginas do jornal que o acervo de periódicos da Biblioteca possui dois estagiários do curso de História trabalhando no cuidado com os arquivos e recebendo o público que visita o espaço em busca de informações datadas.
Para o estagiário Jhonatan Castro, aluno da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), os jornais continuam sendo uma fonte essencial para a obtenção de informações que não estão disponíveis em outro lugar.
“O jornal serve como uma fonte primária justamente por ser um ponto de partida para pesquisa. Entender o jornal como fonte histórica é compreender que ele dá noções sobre contexto, política e cultura de determinada época. Existem pesquisadores que vêm aqui para consultar jornais de décadas sobre as quais não têm tanto registro na internet ou em outras fontes”, comenta ele.
A busca por informações não se limita ao campo da pesquisa. Jhonatan conta que uma de suas memórias mais especiais cuidando dos jornais foi quando uma mulher trouxe a filha, que havia acabado de passar no vestibular, para procurar uma edição de A CRÍTICA que trouxe o nome da mãe como aprovada no vestibular décadas antes, no ano 2000.
“Foi muito emocionante. Quando nós encontramos a edição, ela ficou impressionada, porque achou que não conseguiríamos. Ela mostrou o nome para a filha e chorou, feliz. Foi muito bonito de ver aquele momento”, relembra.
(Foto: Waldick Júnior)
Por: Waldick Júnior / waldick@acritica.com