Raízes e identidade: museu de Parintins eterniza a história da cidade
Arte & Cultura
Publicado em 18/06/2024

Aberto para visitação desde o dia 6 de junho, o local é ponto de encontro para quem deseja conhecer um pouco mais da história da cidade

 

Parintins - O Museu da Cidade de Parintins, instalado no Palácio Cordovil, um dos maiores patrimônios públicos parintinenses e sede do Poder Executivo em 1969, está aberto para visitação desde o dia 6 de junho para turistas que desejam conhecer um pouco mais da história da cidade (distante 369 quilômetros em linha reta de Manaus). O espaço, junto da Praça Eduardo Ribeiro, foi entregue no dia 24 de maio.

 

Segundo a historiadora Larice Butel, administradora do museu, o lugar abriga dois espaços. “Foi utilizado o espaço histórico da antiga prefeitura que é conjugado: o mais novo é o tombado e constituído como Paço Municipal em 1968 pelo senhor Djard Vieira. E o mais antigo corresponde ao antigo fórum de Parintins com muitos detalhes”, explicou. Foram preservados traços arquitetônicos de estilo eclético do prédio antigo.

 

Salão das Autoridades do Museu de Parintins (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

“Temos sete salas, divididas em: cultura popular, história de Parintins, história de grupos estrangeiros que colaboraram com a formação sociocultural. E uma sala audiovisual com capacidade para 25 pessoas”, detalhou a administradora. “Nós vamos ficar abertos direto a partir das 10h até meio-dia, e de 15h até às 19h durante a semana e até às 20h aos fins de semana. Vamos flexibilizar para atender a demanda turística com o festival”, complementou.

 

Larice Butel, Administradora do Museu de Parintins (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

A primeira sala, chamada “Sala de Exposição Provisória”, recebe os quadros do artista visual parintinense Evanil Marciel, que retratam o cotidiano do município e principalmente de um jeito único de quem vive a cidade: o parintinense e os saberes populares do povo. Ele é especializado na técnica de pintura com espátula e hiper-realismo. Os quadros mostram desde as lavadeiras que moravam no bairro da Francesa até o milagre da multiplicação dos peixes por Jesus de Nazaré.

 

Exposição temporária do artista Evanil Maciel. Cada exposição irá ser exposta no museu por seis meses, após esse período, outras exposições de outros artistas irão ocupar o espaço (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

Os povos indígenas que habitavam a cidade também fazem parte da exposição, onde fica a origem histórica de Parintins. Na segunda sala, o visitante se depara com artefatos originários dos povos Sateré-Mawé, de origem e cosmogonia. Os sagrados porantins e os inhanbés que marcam o compasso do ritual da Tucandeira, assim como as luvas e formigas utilizadas no rito de passagem de menino para adulto, encantam os visitantes.

 

Os bois-mirins Estrelinha, Tupi e Mineirinho dividem a sala com os bois Garantido e Caprichoso no espaço sobre a cultura. Além das fantasias utilizadas por grandes nomes do festival, como Paulinho Farias e Arlindo Jr., a administradora explicou que os bois expostos na sala são significativos: o Caprichoso foi utilizado para visitar as casas dos torcedores isolados pela covid-19. Já o Garantido foi o boi que evoluiu no ano do centenário.

 

Salão da Cultura Parintinense, com exposição das manifestações folclóricas que compõem a cultura do munícipio (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

Além dos povos indígenas, japoneses e judeus que colaboraram para a construção da cidade também fazem parte da exposição do museu. A família Minami e Sato, influentes em uma Parintins antiga, são imortalizadas no museu com louças e documentos da época. Leão Azulai foi o curador responsável pela curadoria dos objetos do promotor público Marcos Salomão Zagury (1883 – 1938), morto dentro da sala onde estão expostos os próprios pertences.

 

Salão dos Povos Imigrante, faz referência à imigração Japonesa e Judia (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

“O espaço é o novo atrativo cultural e turístico. É importante para a cidade, considerando a representatividade de Parintins enquanto espaço de produção de cultura, porque sintetizamos um pouco de tudo. O turista e o parintinense chegam aqui e têm um espaço de memória onde se identificam. É poder ver que as pessoas se identificam com o lugar e tudo que está aqui. E isso é gratificante”, finalizou Butel.

 

 

O espaço foi entregue no dia 24 de maio (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

Por: Robson Adriano / online@acritica.com

 

 

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