ALERTA: Em 10 dias, o Amazonas vai entrar em estado de emergência climática
Manaus & Municípios
Publicado em 21/06/2024

As calhas dos rios Amazonas, Juruá, Purus e Alto Solimões estão abaixo do esperado para o período do ano

 

O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou durante uma coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (20/06), na Sede do Governo, que um decreto de estado de emergência deve começar a valer em 10 dias. A emergência climática será decretada devido à forte estiagem prevista de forma severa para os meses de julho e agosto, que já afeta os rios Amazonas, Juruá, Purus e Alto Solimões.

 

“Como já baixou muito, o Solimões inclusive, está bem abaixo do mesmo período do ano passado, a gente já aprecia, a partir de julho, decretar essa situação de emergência para que a gente possa agilizar as ações. E da mesma forma, isso se repete nas calhas do Juruá e também do Purus”, destacou o governador.

 

Com o baixo nível dos rios, o governador informou que o estado se adiantou nas medidas preventivas para conter os impactos e assegurar água potável, alimentação, navegabilidade e saúde básica. Na próxima semana, iniciam dragagens emergenciais nos rios, principalmente no Rio Madeira.

 

Anúncio foi feito em coletiva de imprensa, na manhã de hoje (20), pelo governador Wilson Lima (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

 

Medidas Preventivas e Monitoramento

“Um dos pontos cruciais é a dragagem dos rios, que temos em continuidade com o Governo Federal. Tem projetos para os próximos 5 anos, estamos tentando para que o impacto seja o menor possível para o comércio e para a indústria”, esclareceu Wilson Lima.

 

Lima disse que, de forma preventiva, foram enviados 319 homens ao sul do Amazonas para combater incêndios florestais, previstas atividades educativas e controle do desmatamento, com o objetivo de minimizar as ocorrências no “Arco do Fogo”.

 

Além disso, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) é responsável pelo monitoramento e combate ao desmatamento, e as ações estão sendo coordenadas de forma conjunta com outros órgãos.

 

Necessidade de infraestrutura e logística

As dragagens para a próxima semana ainda não têm datas estabelecidas, mas servem de suporte para estabelecer a navegabilidade sem isolar comunidades ribeirinhas.

 

“Esse é um processo que é tocado pelo Governo Federal, que deve informar como vai funcionar esses trâmites, e o que pedi foi para que se iniciasse o mais rápido possível, porque no Rio Solimões já estamos tendo dificuldade de navegação.”

 

O governador criticou a demora pela pavimentação da BR-319 e comentou que o projeto apresentado recentemente atesta a viabilidade da rodovia.

 

“Ainda há uma intransigência por parte do Brasil e do mundo. O trabalho divulgado pelo ministério, feito pelo ministro Renan (ministro dos Transportes), mostra o que já sabíamos, é possível recuperar a BR-319, há viabilidade no projeto.”

 

Wilson Lima informou que o estado tem conversado com as autoridades e se comprometido em colocar câmeras, chips e balanças de peso para monitorar a BR-319, mas afirmou que o projeto precisa sair do papel para que o estado pare de ser isolado e que a estrada é uma alternativa, e que o Governo do Amazonas está disposto a implementar essas fiscalizações.

 

“Produtos acabados como ar-condicionados, televisores, motocicletas em avião, é inviável. Então a gente precisa sim da BR-319 como alternativa. Mas eu reputo e julgo a BR-319 não pelo ponto de vista do desenvolvimento econômico, mas como um desenvolvimento muito mais significativo que é o desenvolvimento social, que é o direito cidadão de ir e vir, que é o direito que é básico”, disse Lima.

 

Medidas de emergência e logística de suporte

Sem estradas e com dependência dos transportes aquaviários, o governador informou que na terça-feira (25/06), medicamentos extras serão enviados aos municípios para estoque, além de agilizar a manutenção de equipamentos essenciais no interior, envio de oxigênio e, na educação, kits de merenda escolar e transporte para facilitar a chegada dos alunos nas unidades educacionais.

 

(Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

Por: Emile de Souza / online@acritica.com

 

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