Alegori impressionou pela transformação de Vimi Peya, xamã Marubo, em falange de jacaré para, em um segundo momento, emergir a maloca profunda da alegoria, com jatos de água
PARINTINS – A falange de jacarés do ritual “Mística Marubo” encerrou a segunda noite do boi Caprichoso neste sábado (29). A alegoria assinada pelo artista Kennedy Prata, 38 anos, impressionou pela transformação de Vimi Peya, xamã Marubo, em falange de jacaré para, em um segundo momento, emergir a maloca profunda da alegoria, com jatos de água que inundaram a Arena. A noite também foi marcada pelas coreografias.
Alegoria assinada pelo artista Kennedy Prata impressionou pela transformação de Vimi Peya, xamã Marubo, em falange de jacaré (Paulo Bindá)
O Pajé Erick Beltrão (Daniel Brandão)
Com o subtema "Tradições: o flamejar da resistência popular", o segundo contou com coreografias impactantes, como a releitura de “Yreruá – A Festa do Guerreiro” que utilizou plataformas de madeiras para “dançar com a cabeça do inimigo”.
Os tuxauas foram trazidos para arena em máscaras tribais erguidos por três plataformas. E em conjunto, os povos indígenas coreografados pediram respeito na toada “Brasil – Terra Indígena”.
O bloco musical do Boi Caprichoso foi outro ponto alto da noite. Patrick Araújo, levantador de toadas, concorreu ao item Toada Letra e Música com Feito da Pano e Espuma (2021), acompanhado do pianista João Gustavo Kienen.
Toada Feito de Pano e Espuma foi executada com piano e violino (Daniel Brandão)
Itens individuais contaram com pout-pourri para as evoluções, como Marciele Albuquerque, cunhã-poranga, foi ovacionada pela galera ao dançar com a tríade Cunhã Tribal (2017)/Deusas da Guerra (2018)/Maria, a Deusa Tupinambá (2016).
A cantora indígena, jornalista e ativista Djuena Tikuna no centro da arena cantou na língua nativa a toada Vale do Javari (1996).
Djuena Tikuna (Daniel Brandão)
“Em nome dos povos indígenas do Vale do Javairi, nós, marubo, mayoruna, matis, kanamaris, korubo e familiares vejam que continuamos lutando para honrar o legado de Dom e Bruno na minha terra. E para honrá-los devemos lutar sempre pelo futuro da nova geração, das nossas florestas, Amazônia viva, presente”, discursou Beto Marubo.
Beto Marubo, ao centro (Daniel Brandão)
(Daniel Brandão)
Por: Robson Adriano / online@acritica.com