Ministério Público quer saber como a concessionária pretende evitar racionamento de energia durante a seca, como ocorreu em 2023, em São Gabriel da Cachoeira

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) instaurou um procedimento administrativo para acompanhar e cobrar ações de prevenção aos efeitos da estiagem deste ano em São Gabriel da Cachoeira, a 859 quilômetros de Manaus. O órgão também deu um prazo de dez dias para que a Amazonas Energia e a prefeitura do município informem quais ações estão sendo tomadas para evitar um novo racionamento de energia, como em 2023.

A portaria é assinada pelo promotor de justiça Paulo Alexander dos Santos Beriba, que responde pelo polo do Ministério Público em São Gabriel da Cachoeira. No despacho, ele ressalta que há notícias amplamente divulgadas sobre uma seca severa para este ano e que o procedimento é necessário para o acompanhamento do que está sendo tratado sobre racionamento de energia para 2024.

Assim como a maior parte dos municípios do interior do Amazonas, São Gabriel da Cachoeira utiliza termelétrica movida a diesel. Na estiagem do ano passado, as embarcações que levam o combustível enfrentaram problemas para chegar à cidade. O racionamento de energia, em outubro de 2023, afetou o funcionamento de residências e prédios públicos, como unidades de saúde e escolas.

O MP também expediu uma recomendação, sem detalhar para quais órgãos, “para a adoção de medidas voltadas a prevenir e mitigar os efeitos deletérios provocados pelas cheias/inundações ou pela estiagem/seca à população do Município de São Gabriel da Cachoeira, no ano de 2024”.

A portaria também determina o levantamento dos preços atuais de água, alimentos e medicamentos, no município, junto aos comerciantes locais. O MP defende que os dados podem “possibilitar adequado controle de abusos durante o período de estiagem”.

A reportagem procurou a Amazonas Energia para saber quais ações estão sendo tomadas para evitar racionamento durante o período da estiagem, que já iniciou no estado. Ainda aguardamos retorno.

No primeiro semestre deste ano, a Defesa Civil do Amazonas realizou mais de 80 reuniões com órgãos públicos, empresas e concessionárias de serviços públicos. A Amazonas Energia esteve entre as companhias que foram alertadas sobre o risco de a seca deste ano ser tão severa ou pior que a de 2023.

(Foto: Divulgação)

Por: Waldick Júnior / waldick@acritica.com