Equipe brasileira pode ganhar prêmio de 10 mi de dólares para mapear a biodiversidade da Amazônia
Brasil & Mundo
Publicado em 04/07/2024

Indígenas e ribeirinhos serão beneficiados por instalações dos observatórios

 

A equipe brasileira “Brazilian Team” pode receber prêmio de R$ 10 milhões de dólares para mapear a biodiversidade na Amazônia. A abertura da fase final aconteceu nesta quarta-feira (03/07), no Teatro Amazonas, após 5 anos de trabalho de pesquisa, que tem 6 equipes para realizar os testes na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro, localizada nos municípios de Manacapuru, Iranduba e Novo Airão.

 

O XPRIZE Rainforest lançou a competição internacional e a disputa está entre as equipes do Brasil, Espanha, Estados Unidos e Suíça.

 

O governador do Amazonas, Wilson Lima, ressaltou em seu discurso que as iniciativas são importantes para desenvolver a Amazônia com tecnologia e mapear rapidamente mudanças climáticas.

 

“É preciso entender que precisamos de alternativas para o desenvolvimento sustentável. Essas alternativas servem para nos mostrar de que forma podemos preservar de forma consciente, respeitando nossa população indígena e quilombolas”, disse Lima.

 

O governador alertou durante o evento que a estiagem prevista para 2024 está 30 dias adiantada e que essas soluções precisam ser pensadas para evitar o agravo das mudanças climáticas como vistas no Rio Grande do Sul e no Amazonas em 2023.

 

O coordenador do projeto no Ministério do Meio Ambiente de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), João Francisco, celebrou a proposta por ser realizada por investimentos privados em melhorar a Amazônia.

 

“A biotecnologia, bioeconomia mostram que nós precisamos gerar renda. As tecnologias estão diretamente ligadas com a bioeconomia, se a gente não conseguir gerar renda com a floresta de pé, a gente não vai conseguir enfrentar o grande desafio climático que a gente encontra, como a estiagem severa”, informou o coordenador.

 

João Francisco, coordenador do XPrize MDIC (Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA)

 

O coordenador informou que para a implementação do monitoramento, as comunidades ribeirinhas e indígenas são consultadas e visam gerar renda nas reservas.

 

“A tecnologia sozinha não tem nenhum valor, ela só tem valor se ajudar a melhorar a qualidade de vida dessas populações”, destacou João Francisco.

 

O coordenador do time brasileiro, Vinicius Castro Souza, informou que de forma prática, a equipe visa mapear a biodiversidade, evitando que se perca espécies que ainda são desconhecidas. “As amostras podem ser levantadas até por imagens de drones, folhas caídas, que posteriormente seriam analisadas por especialistas”, disse Castro.

 

 

Coordenador do time brasileiro, Vinicius Castro Souza (Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA)

 

O coordenador ressaltou que as tecnologias utilizadas são drones, robôs, sensores e mecanismos de coletas de DNA Ambiental para avaliação.

 

Na cerimônia, a ativista indígena Vanda Witoto ressaltou aos convidados e competidores de outros países que envolver os indígenas no processo é essencial e cobrou a demarcação das terras indígenas.

 

Ativista indigena Vanda Witoto (Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA)

 

“Temos que ter a demarcação de nossas terras. Estar aqui no Teatro Amazonas é uma forma de demonstrar resistência, porque foi construído a cúpula pensando em nossas malocas, mas estar viva aqui é um ato de resistência, pois tentaram nos matar”, afirmou a indígena Witoto.

 

(Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA)

Fonte: Emile de Souza / online@acritica.com

 

 

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