O segundo turno em 15 capitais brasileiras, no dia 27 de outubro, é mais um espaço de ação e de coleta de subsídios para promover mais avanços no sistema eleitoral do País.
A Justiça Eleitoral pode, a partir dos mecanismos a ela disponibilizados, ampliar o programa de fiscalização e de transparência tanto na campanha eleitoral quanto no dia das eleições. O segundo turno em 15 capitais brasileiras, no dia 27 de outubro, é mais um espaço de ação e de coleta de subsídios para promover mais avanços no sistema eleitoral do País.
A facilidade com que alguns crimes eleitorais ocorrem em capitais e muito mais nas localidades onde o aparato do Estado democrático de direito não existe ou é frágil, é uma afronta e exige respostas mais efetivas. Os autores e realizadores desses crimes repetem com tamanha naturalidade que parecem ter certeza da impunidade ou do longo prazo que dispõem para se desvencilharem de possíveis apenações.
Está na população e em alguns segmentos dela, como o das juventudes, e nos coletivos um espaço a ser trabalhado com maior atenção e densidade sobre o componente da ética nas eleições. Costuma-se dizer que ética é bobagem e inalcançável, pior, esse é um tipo de “ensinamento” repassado em casa, nas rodas de conversa entre amigos, no trabalho e até nas escolas alimentando a lógica da indecência como regra de vida.
Ao final, quanto mais descaso se fizer sobre a ética pública e do individuo todos sofrerão os efeitos dessa atitude e sofrerão amis ainda a maioria da população que depende exatamente desse fio para que os serviços públicos funcionem corretamente e sejam cada vez mais inclusivos. Oferecer aos mais jovens a compreensão de que ética não tem valor algum é investir na perversidade enlarguecida que se colocará em processo crescente envolvendo a infância e enquadrando uma sociedade na banalização dos princípios e da vida.
A justiça eleitoral pode fazer muito na sua parte de atuação para, em conjunto com outras iniciativas, reforçar um programa de educação para o voto. Outros movimentos estão postos em situação contrária, a de desqualificar o sistema eleitoral brasileiro, ampliar a margem de desconfiança acerca do voto eletrônico e abrir a porta às experiências de rejeição à democracia.
O voto é um laboratório que sim pode ser usado por determinados grupos que se organizam na manutenção de privilégios e de seus negócios particulares, mas também carrega sonhos de mudanças na direção de avanço e não de retrocesso.
(Foto: Junio Matos)
Fonte: acritica.com