Benefícios da leitura para saúde mental
Manaus & Municípios
Publicado em 14/10/2024

Entenda como ler pode ajudar na evolução da mente e a combater sintomas como depressão e ansiedade.

 

Muito mais do que um passatempo ou lazer, a leitura traz uma série de benefícios para a saúde, inclusive estimulando o desenvolvimento cognitivo e emocional. Estudos mostram que a ler é um excelente exercício mental.

 

Enquanto lemos, nosso cérebro é desafiado a decifrar as palavras e compreender narrativas, ajudando na prevenção do declínio cognitivo, e, reduzindo, significativamente o risco de doenças como Alzheimer. A estimulação constante é crucial para manter a mente afiada.

 

Segundo a Psicoterapeuta e Palestrante da área de Neurociência, Isabella Assis, a leitura é uma das atividades mais complexas que um cérebro pode realizar. A especialista explica que no ato da leitura, muitas áreas do cérebro estão sendo ativadas simultaneamente.

 

“As pesquisas em neurociência relatam em seus achados, que um ser humano nasce com cerca de 86 bilhões de neurônios, mas para que haja uma grande atividade neural, o cérebro precisa de constantes estímulos e a necessidade do aprendizado em diversas áreas para se explorar esse potencial, escondido dentro da nossa cabecinha. E por isso, a leitura é um dos melhores exercícios de flexibilidade cognitiva, além de estimular a neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se reorganizar”, destaca.

 

Ainda segundo Isabella Assis, a leitura auxilia  no fortalecimento e na comunicação entre os neurônios, gerando novas conexões e novas formas de conceber o mundo a nossa volta e também em como nos enxergamos.

 

“Auxilia na construção da autoimagem de uma pessoa, levando-a perceber-se de novas formas em outras perspectivas, ou seja, a leitura auxilia na ampliação da compreensão do mundo e de si mesmo. Na medida em que o leitor se desenvolve, nascem em si novas formas de lidar frente aos obstáculos da vida. Afinal de contas ler é o mesmo que acessar em partes a mente do autor e suas experiências. Dessa forma, existe um elo entre a mente do escritor e a mente do leitor. A leitura exige do cérebro um volume de processos cerebrais e mentais grande, entre os quais se destacam a percepção, memória, raciocínio, emoções”, comenta.

 

Isso acontece porque durante a leitura, o cérebro como um todo é ativado. O hemisfério esquerdo é responsável pela compreensão lógica, enquanto o hemisfério direito evoca emoções a partir das narrativas. Decodificar letras, compreender seus significados, criar imagens. Todas essas atividades se sincronizam, iluminando todo o cérebro em termos de atividades elétricas e por isso auxilia no combate a demência e Alzheimer. 

 

“Enquanto lemos, também ativamos o córtex occipital e temporal, áreas responsáveis pelo reconhecimento semântico das palavras, ou seja, seu significado. Também são ativadas áreas como córtex frontal motor, hipocampo e o lobo temporal medial. As narrativas e conteúdos emocionais ativam a amígdala, como outras áreas”, conclui.

 

Atividade terapêutica

Portanto, a leitura se torna uma fermenta terapêutica a medida que combate o tédio, auxilia no desenvolvimento de novas ideias, ocupa um lugar de satisfação, bem-estar, inclusive na autopercepção de uma pessoa, isso pode auxiliar no combate à depressão e ansiedade. Uma pessoa que está se sentindo isolada, deprimida, ansiosa ou mesmo entediada, pode encontrar uma grande satisfação no hábito da leitura.

 

O professor de inglês Davi Mafra Otto é fascinado por leitura. Ele costuma ler cerca de 20 livros por ano, e relata a experiência nessa atividade.

 

“É terapêutico no sentido que me ajudar a ser um ser humano melhor. Acredito que só através do conhecimento o ser humano pode evoluir. Poderia ajudar na ansiedade no sentido de que quanto mais você conhece mais você pode tomar boas decisões na vida, sem dar muitos tiros no escuro. Como diz o Leandro Karnal, ninguém sai ileso de um livro, acho que ler um bom livro é se transformar , é crescer e refletir”, diz.

 

Além de beneficiar a saúde mental, a leitura também enriquece o vocabulário. Ao se expor a diferentes estilos de escrita, os leitores melhoram sua capacidade de comunicação, o que pode se refletir positivamente tanto na vida pessoal quanto profissional.

 

(Foto: Reprodução)

Por: Rebeca Beatriz / vida@acritica.com

 

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