A volta do horário de verão
Brasil & Mundo
Publicado em 17/10/2024

O Brasil não utiliza o horário de verão desde 2019, quando o então presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto abolindo oficialmente a medida

 

Nesta quarta-feira, 16, o governo brasileiro deve anunciar a retomada do horário de verão, estratégia voltada para economia de energia que consiste em adiantar o relógio em uma hora durante os meses de maior luminosidade, quando os dias são mais longos, para que as atividades humanas possam aproveitar ao máximo a luz solar natural. É óbvio que, em um País de proporções continentais como o Brasil, que possui quatro fusos horários, os impactos na rotina da população não podem ser ignorados.

 

Em um mundo ideal, o dia a dia natural da população seria regido pelo nascer e pôr-do-sol em cada localidade do País. O Brasil não utiliza o horário de verão desde 2019, quando o então presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto abolindo oficialmente a medida. A decisão foi tomada com base em estudos que mostraram que a economia de energia já não era significativa, além de considerações sobre possíveis impactos na saúde e no bem-estar da população. Estudos revelam, por exemplo, distúrbios do sono e perda de produtividade durante o horário de verão, já que os trabalhadores precisam acordar mais cedo para trabalhar. Uma hora a mais ou a menos pode parecer pouco, mas os impactos negativos são amplamente comprovados.

 

Agora, a situação é outra. Com a seca extrema que atinge todo o País, especialmente a região amazônica e o Pantanal, o encarecimento da energia já é uma realidade. O País se vê obrigado a buscar formas de economizar energia. E a volta do horário de verão surge como uma das opções mais atraentes. Segundo o operador do sistema, o adiantamento dos relógios deve ajudar a economizar R$ 400 milhões ainda neste ano. Por esses e outros motivos, não resta dúvida de que, hoje, o governo federal deve anunciar as datas de início e fim da medida.

 

O baixo nível nos reservatórios das hidrelétricas, aliado a outros fatores relacionados ao mesmo fenômeno, obrigaram o governo brasileiro a adotar a bandeira vermelha na conta de energia. É evidente que as mudanças climáticas impõem, entre outros desafios, a redefinição do sistema energético mundial, realidade que o Brasil ilustra perfeitamente. Enquanto isso não acontece, vamos nos preparar para mais um período de horário de verão.

 

(Foto: Agência Brasil)

Fonte: acritica.com

 

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