Governo do Estado, prefeituras e instituições da sociedade civil podem unir esforços para levar esse conhecimento aos pequenos produtores.
A agricultura familiar é, sem dúvida, um dos principais pilares da economia do Amazonas, sendo responsável por mais de 67% do volume total da produção, segundo dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti). Em nenhum outro estado essa modalidade produtiva tem tanto peso na economia.
Só este fato já seria motivo suficiente para justificar investimentos e apoio diferenciado aos pequenos produtores rurais amazonenses. Daí a relevância do aporte feito pelo governo federal por meio do Plano Safra da Agricultura Familiar, lançado ontem, em Manaus, pelo ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira. Por meio do Plano, serão liberados R$ 170 milhões em linhas de crédito para os pequenos produtores do Estado, com taxa de juros reduzida, de apenas 3% ao ano, o que é muito significativo diante do fato que a taxa básica de juros da economia, a Selic, está fixada atualmente em 15%, como destacou o ministro.
Entre 70% e 80% dos estabelecimentos rurais, no Amazonas, são de pequenos produtores, que geram renda, ocupam o território de forma produtiva e contribuem para a preservação da identidade cultural da região. São essas pessoas que precisam ter acesso aos recursos do Plano Safra para ampliar, modernizar e diversificar a produção rural. E neste ponto surge o grande desafio para o poder público: fazer com que esse dinheiro chegue, de fato, aos pequenos.
Estudo da Sedecti já identificou os principais obstáculos, entre eles, a falta de regularização fundiária, que dificulta o acesso ao crédito. Isso sem falar na própria burocracia, por vezes redundante, das agentes financeiros. É comum que boa parte dos recursos disponibilizados não seja acessada devido a tais dificuldades. É fundamental que os produtores sejam devidamente orientados sobre como acessar o dinheiro, e tenham suporte adequado para aplicá-lo de maneira correta. Afinal, não se trata de investimentos a fundo perdido.
Os empréstimos devem ser pagos de acordo com as regras contratadas. Governo do Estado, prefeituras e instituições da sociedade civil podem unir esforços para levar esse conhecimento aos pequenos produtores.
(Foto: Agência Brasil)
Fonte: Agência Brasil