Anúncio ocorreu durante festa de comemoração dos 112 anos da agremiação em Parintins nesse sábado
O Boi-Bumbá Caprichoso apresentou “Brinquedo que Canta seu Chão” como seu tema para o Festival Folclórico de Parintins em 2026. O anúncio ocorreu durante a comemoração dos 112 anos do boi nesse sábado (18) no Curral Zeca Xibelão, na Ilha da Magia.
Nas redes sociais, o boi-bumbá divulgou a arte e a descrição do tema, com uma mensagem relembrando as origens da brincadeira de boi e as mudanças ocorridas ao longo da história, que transformou a festa em símbolo de resistência amazônica.
No texto, o Conselho de Artes do Boi Caprichoso relembra que o boi, o “brinquedo feito de amor e pano”, se tornou um “talismã popular que atrai multidões por sua força e arte daqueles que brincam e amam. É arquétipo de sonhos e lutas, é amuleto de revolução de quem fez do brincar a guerra contra tudo aquilo que freia a evolução de um povo”.
“Afinal, o brinquedo Caprichoso também é canto, arte que ecoa da boca do povo na inteligência, na inventividade, numa alquimia sentimental que faz ecoar as barreiras e ultrapassar a razão, numa catarse apaixonada onde o corpo se entrega para recender a chama viva da paixão”, diz o conselho.

Sobre a arte
A arte tema Caprichoso 2026 revela o Boi-Bumbá Caprichoso como símbolo maior da tradição do povo de Parintins, coroado por sua estrela azul, símbolo do touro amado. O Boi, ao centro da arte, aparece cortejado pelo curumim Caprichoso do Palmares, Victor Miguel Costa, expressando a infinitude do brincar de boi.
No outro lado, o menino João Mateus Santos Vieira, da tradicional Travessa Cordovil, reduto do Boi Caprichoso e último curral de posse de Luizinho Pereira, brinca nas ruas com seu cavalinho de juta e cipó, trazendo à cena a magia e a inocência da infância que mantém viva a tradição.
No canto superior, o marujeiro Calango sorri, emanando ao mundo a alegria de ser Caprichoso, balanceada no estalar das mesmas palminhas que há mais de 50 anos dão ritmo às toadas do Boi Caprichoso em nossa Marujada de Guerra.
Acompanhando o nosso Bumbá, a indígena Ira Maragua emoldura a cena com a cunhantã Iraê, originária, reafirmando nossa ancestralidade e lembrando que dela herdamos os saberes e conhecimentos para construir a brincadeira de boi.
Bandeiras, fitas, estrelas e lanças reluzem, iluminando a riqueza e a emoção da nossa arte tema. A arte 2026 é idealizada pelo Conselho de Arte do Boi-Bumbá Caprichoso, esboçada pelo conselheiro Rainer Canto e produzida pelos designers João Marco e Paulo Victor Costa, uma criação que traduz, com força e beleza, a tradição, a alegria e a paixão da Nação Azul.
(Foto: Reprodução/ Instagram)
Fonte: Lucas dos Santos/acritica.com