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Liberdade de expressão em retrocesso agudo no mundo
Estudo indica queda de 10% desde 2012, avanço da autocensura, aumento da violência contra jornalistas e maior controle estatal sobre a mídia em escala global
Publicado em 29/12/2025 08:19
Brasil & Mundo

Nos últimos dez anos, a liberdade de expressão alcançou o nível mais baixo, após registrar queda de 10% em comparação a 2012. Os dados são da Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco), divulgados no dia 26 de dezembro de 2025. Especialistas da agência comparam o declínio ao observado na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e ao final da década de 1970, durante a Guerra Fria.

 

Sob o título “Tendências globais da liberdade de expressão e do desenvolvimento dos meios de comunicação”, o relatório compara dados correspondentes ao período 2022-2025 e faz uma advertência sobre o aumento “alarmante da autocensura” entre jornalistas, com crescimento de 63%, a uma média de cerca de 5% ao ano.

 

Essa tendência reflete o crescimento de 48% no controle de meios de comunicação por governos e grupos poderosos e de uma maior incidência de vigilância digital e leis restritivas, que tornam a reportagem independente cada vez mais difícil. Também foi observada uma queda de 37% na liberdade acadêmica e artística, mostrando que o problema se estende para além do jornalismo.

 

O estudo da Unesco mostra que os profissionais da comunicação sofrem risco significativo de morte no exercício da profissão e apresenta a seguinte estatística: de janeiro de 2022 a setembro de 2025, 310 jornalistas foram mortos, sendo 162 deles em zonas de conflito. No documento, a agencia internacional afirma que “embora tenham ocorrido avanços modestos, com a taxa de impunidade caindo de 95% em 2012 para 85% em 2024, a maioria dos responsáveis por esses assassinatos segue sem punição.”

 

Outros aspectos divulgados pelo levantamento da Unesco mostram que os atentados a jornalistas incluem violência física, ameaças digitais e perseguição judicial. Muitos são forçados a deixar seus países. Desde 2018, mais de 900 profissionais na América Latina e no Caribe foram obrigados a se exilar. Repórteres de meio ambiente estão entre os mais expostos. Cerca de 70% deles relatam ter sido atacados por causa de seu trabalho. Foram 749 ataques entre 2009 e 2023, com aumento acentuado nos últimos anos.

 

Outro dado contido no documento da Unesco é o assédio on-line que cresceu globalmente e afeta desproporcional as mulheres. Estudo do Centro Internacional para Jornalistas revelou que 75% das jornalistas e trabalhadoras da mídia sofreram violência on-line relacionada ao trabalho em 2025, em comparação com 73% em 2020.

 

(Foto: (Shutterstock)

Fonte: acritica.com

 

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