Por amor e tradição: há 33 anos, Barreirinha mantém seu Festival Folclórico

Arte & Cultura

Publicado em 25/08/2023

Touro Branco e Touro preto se enfrentam no Touródromo neste sábado (26), em meio à programação agitada. Expectativa é de 30 mil visitantes

Barreirinha (AM) - Garra, tradição, dedicação. Substantivos entoados em tom de mantra pincelam um pouco da que a população de Barreirinha faz acontecer há 33 anos. Um festival folclórico, que já figurou como um dos maiores do Amazonas, volta a se repetir mais uma vez neste final de semana, quando Touro Branco e Touro Preto se reencontram no Touródromo.

Durante os dias 24, 25 e 26 de agosto, os dois Touros da cidade são celebrados em uma vasta programação. Apesar de extremamente similar ao tão simbólico Festival de Parintins, uma das grandes disparidades entre as festas é justamente seu calendário. Existe apenas um único e decisivo duelo entre as associações, na última noite. Nesta primeira, quinta-feira (24), a cidade recebe a primeira injeção de adrenalina com o “Encontro das Torcidas” - que seria um equivalente à Festa dos Visitantes da Ilha Tupinambarana. Com atrações regionais e nacionais, é o ponto de largada da festa.

Barreirinha, cidade pacata e bem estruturada, com seus 35 mil habitantes, dobra de tamanho populacional nessa época do ano, estima a Secretaria de Cultura.

Barreirinha por amor

“Nosso festival é um festival que só cresce com os anos. Este ano é um que nós temos a expectativa de 20 a 30 mil visitantes para prestigiar a festa. A gente trabalha para propagar essa informação sobre nossa festa e vemos o fluxo de turistas aumentar”, explica o coordenador municipal de cultura, Júnior Seixas.

Júnior Seixas é o coordenador municipal de Cultura e um dos responsáveis pelo Festival (Foto: Malu Dacio)

O crescimento tem várias equações. O trabalho braçal diário da população para erguer os touros é, sem sombra de dúvidas, o maior. Uma vez que o investimento para a festa ainda não alcança níveis privados e se limita à dispensa da cultura municipal e apoio do Governo Estadual. As associações, extremamente tradicionais, se debruçam em seio familiar para manter a herança da festa viva.

“A gente faz pelo amor, pela cultura, pela arte. É difícil não mencionar ser apaixonado”, conta João, artista de ponta e um dos coordenadores de artistas do Touro Branco, que se perde nas contas ao tentar rememorar quantos anos se dedica ao festival.

Riqueza de detalhes mantém tradição da arte no interior do Estado (Foto: Malu Dácio)

Com a expansão iminente do festival local e o apelo da rivalidade das torcidas, tem artista que saiu de Parintins para se dedicar a Barreirinha. Como se fosse um fluxo natural de abrir portas para outros ares de festivais Amazonas afora.

“Aqui em Barreirinha não deixa a desejar. Estão sempre inovando e crescendo. A rivalidade aqui é gigante. E a criatividade dos artistas daqui, a criatividade dos artistas é o que faz esse festivas”, conta Adenilson Pimentel, artista do Touro Preto que saiu de Parintins para se basear em Barreirinha.