Em momentos como o atual, as feiras e os pequenos mercados podem ser a resposta para milhares de consumidores, combater a fome e a desnutrição, assegurar a manutenção de postos de trabalho e a circulação da renda
Os preços dos alimentos, de produtos de higiene pessoal e de limpeza estão mais altos na maioria dos supermercados considerados mais populares em Manaus, principais pontos de compra das classes médias e média alta da população local.
As bandejas com pés de galinha congeladas voltaram a aparecer em algumas dessas lojas como possibilidade, para um segmento, de garantir alimentos diante dos valores cobrados pelo frango, a carne bovina e o pescado.
Há dois meses, quando consumidores de outras cidades brasileiras comemoravam a queda nos preços de alimentos e outros produtos, em Manaus a população se ressentia com os preços elevados desses produtos, o que limitava o poder de compra.
Hoje, com as etiquetas substituídas, o que se verifica é praticamente o reajuste em mais de cem por cento de muitas mercadorias (carne, frango, frutas, café e os produtos básicos de higiene – sabonetes, shampoos, creme dental – e limpeza doméstica).
Um significativo número de pessoas sai do supermercado com uma lista para verificar os preços em outros estabelecimentos porque a pretensão de comprar no local, inicialmente escolhido para as compras, os preços não permitiram completa-las. Uma das indicações dadas por esses consumidores é a de procurar alternativas de produtos e os comércios e feiras onde poderiam encontrar valores mais baixos.
Uma política bem definida poderia ajudar realmente dois segmentos, um os consumidores e, o outro, formado pelos pequenos produtores, a agricultura e a pesca familiares. Existe em Manaus, maior centro consumidor do Estado, um circuito de feiras, que necessita de maior visibilidade e de suporte para que os compradores possam, em maior volume, ir às compras. Nesses ambientes, é preciso verificar os preços cobrados e monitorá-los para que também nesse setor seja aplicada a precificação para cima indiscriminadamente.
Em momentos como o atual, as feiras e os pequenos mercados podem ser a resposta para milhares de consumidores, combater a fome e a desnutrição, assegurar a manutenção de postos de trabalho e a circulação da renda. Um outro aspecto relevante é o de contribuir para a saúde mental de um número expressivo de pessoas que enfrenta dificuldades na obtenção de alimentos, dos produtos necessários à higiene pessoal e de limpeza do ambiente onde moram.
Fonte: Editorial/AC Jornal A Crítica