“Pai, Mãe, Vida”: inquérito do caso Djidja revela seita para promover o tráfico e o uso de drogas
Segurança Pública
Publicado em 31/05/2024

Ademar Farias Cardoso Neto, Cleusimar Cardoso Rodrigues, respectivamente irmão e mãe da ex-sinhazinha do Boi Garantido, além da gerente do salão Belle Femme, Veronica Seixas

 

De acordo com o Inquerito Policial, o foco da seita seria tornar os integrantes desse segmento de cunho religioso dependentes químicos

 

O Inquérito Policial (IP) que culminou nas prisões preventivas dos empresários Ademar Cardoso Neto, 29 anos, e Cleusimar Cardoso, 53 anos, irmão e mãe da empresária Djidja Cardoso, 32 anos, aponta a existência de uma seita intitulada “Pai, Mãe, Vida”, cujo objetivo era promover o tráfico de drogas sintéticas de uso veterinário e a administração forçada dessas substâncias. De acordo com o IP, o foco seria tornar os integrantes desse segmento de cunho religioso dependentes químicos.

 

Segundo consta no documento ao qual o acrítica.com teve acesso, a polícia suspeita que a morte de Djidja, ocorrida na terça-feira (28), seja resultado de overdose por ketamina, um forte anestésico. No dia da morte da empresária, policiais civis que iniciaram as investigações receberam a informação de que a gerente do salão Belle Femme, Verônica Seixas, 31 anos, escondeu dentro da casa, situada no bairro Cidade Nova, frascos de entorpecentes com o objetivo de dissimular a causa da morte de Djidja.

 

As investigações conduzidas pela equipe policial do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) identificaram que Cleusimar e Ademar Neto seriam os líderes da seita “Pai, Mãe, Vida”. Os dois, de acordo com o IP, seriam auxiliados por Verônica e também pelo maquiador e cabeleireiro Marlisson Vasconcelos Dantas, 29 anos, que também trabalhava no salão de beleza. Segundo depoimento de funcionários do local ouvidos pela polícia, nessa seita, Ademar seria Jesus, Djidja era Maria Madalena e Cleusimar se intitulava Maria.

 

À equipe policial, as testemunhas informaram que eram obrigadas por Verônica e Marlisson a integrarem essa seita e também a consumirem as drogas sintéticas, entre elas a ketamina, administradas por Ademar Neto. Para a polícia, informaram que Verônica e Marlisson também eram responsáveis pela aquisição da ketamina em uma clínica veterinária de Manaus. Conforme o IP, Neto dizia que o uso da substância “auxiliava a resolver os problemas”.

 

Caso Djidja

Na tarde desta quinta-feira (30), por volta das 16h, Ademar Neto, 29 anos, Cleusimar Cardoso, 53 anos, e Verônica Seixas, 31 anos, foram presos em cumprimento a mandado de prisão preventiva, na casa onde moravam, situada no bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus. Lugar onde a empresária Djidja Cardoso, 32 anos, foi encontrada morta dentro do quarto onde dormia, junto do companheiro, o atleta Bruno Roberto da Silva, na última terça-feira (28). A ordem judicial foi expedida no Plantão Criminal nesta quarta-feira (29).

 

O trio se preparava para fugir no momento em que foi preso. Durante as diligências na residência alvo de busca e apreensão, o delegado de Polícia Civil Cícero Túlio, titular do 1º DIP e responsável pela investigação, encontrou ampolas, seringas e medicamentos sedativos dentro do imóvel e também do salão de beleza. No carro que seria utilizado na fuga, além de itens de uso pessoal, foram apreendidas três ampolas de ketamina.

 

A gerente do salão Belle Femme, Verônica Seixas, 31 anos, se entregou na sede do 1º DIP acompanhada do advogado Kevin Telles. O maquiador e cabeleireiro Marlisson Vasconcelos Dantas, 29 anos, ainda não foi localizado e preso pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). A advogada Lidiane Roque vai alegar na defesa de Ademar Neto, Cleusimar e Verônica, incapacidade mental.

 

(Fotos: Junio Matos/A CRÍTICA)

Por: Robson Adriano / online@acritica.com

 

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