Comerciantes de Parintins se preparam para atender demanda durante o festival
Economia
Publicado em 19/06/2024

É estimado a chegada de 120 mil turistas e uma movimentação em torno de mais de R$ 150 milhões na economia local

 

Parintins - O 57º Festival Folclórico de Parintins começa em nove dias e o comércio local já está em preparação para atender as demandas dos visitantes que devem desembarcar na ilha nos próximos dias. O prefeito de Parintins, Bi Garcia (PSD), estima a chegada de 120 mil turistas e uma movimentação em torno de mais de R$ 150 milhões na economia local (distante 369 quilômetros em linha reta).

 

“Nós estamos esperando algo em torno de 120 mil turistas em Parintins. Haja vista a capacidade do Bumbódromo. Esse festival pelo que percebemos no orçamento dos bumbás, que cada um deve superar a casa de R$ 20 milhões, nós devemos ter algo em torno de R$ 150 milhões que devem ficar na economia de Parintins. A cada ano provamos que a cultura melhora a qualidade de vida de um povo”, disse o gestor.

 

Garcia destacou que a mão de obra fica escassa devido às demandas locais. “Percebe-se um movimento muito alto, principalmente na construção civil, quando os parintinense preparam suas residências para aluguel durante o período do festival. Hoje não temos pedreiro e serralheiros disponíveis na cidade, ou estão trabalhando em obras públicas, privadas e até mesmo dentro dos bumbas”, frisou.

 

Expectativa

A artesã Glenda Azevedo, 24 anos, possui uma loja na rua Cordovil. Ela confecciona blusas personalizadas de maneira artesanal: pinta as blusas à mão em estampas exclusivas. Ela explicou que os desenhos são ligados ao folclore da cidade para demonstrar a arte do parintinense.

 

Glenda Azevedo, artista e proprietária da loja Vip Shop Parintins (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

Os torcedores do lado azul encomendam blusas inspiradas na toada Malúù Dúdú. Os torcedores vermelhos investem nas pedrarias.

 

“Ano passado começamos com 80 camisas. Esse ano já ultrapassamos a marca de 200 camisas antes do festival. Investimos bastante e pretendemos alcançar um público de, aproximadamente, 500 pessoas com as camisas artesanais. Investimos na rede social (@vipshop.parintins) onde os clientes olham os modelos e pedimos 50% de entrada para confecção. Ao chegar na ilha só faz a retirada”, explicou Azevedo.

 

(Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

As camisas artesanais custam em média de R$ 100 a R$ 200. No ateliê trabalham mais seis artesãs. O lugar também vende colares a R$ 30, blusas sublimadas a R$ 50, outras de tecido NBA por R$ 55.

 

“A gente trabalha com mercado e o mercado sempre está mudando de preço. Os valores ficam oscilando dependendo do modelo que o cliente escolher”, pontuou.

 

Os tricicleiros também esperam faturar um bom dinheiro com o festival. É o caso de Plácido Melo, 62 anos, cujo triciclo personalizado já leva os bois Garantido e Caprichoso na frente.

 

Seu Plácido atua como tricicleiro há 20 anos na Ilha Tupinambarana. (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

“A expectativa é de ser melhor que ano passado. Estamos esperando a chegada dos turistas. Ano passado foi ótimo, esse ano espero que seja melhor. O meu triciclo é sempre diferenciado. Para mim é uma alegria tê-lo enfeitado”, disso homem que atua como tricicleiro há 20 anos.

 

O triciclo é um dos transportes mais usados durante o Festival de Parintins (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

O valor depende do trajeto e da quantidade de passageiros. “Cada local tem um preço. Se for uma pessoa é um valor, se forem duas pessoas já é outro valor. Tem diferença um do outro e também a distância. A gente encontra cliente que só quer triciclo do próprio boi, o meu é o dois, porque a festa é dos dois. Porque, não?”, disse Plácido.

 

A empresária Mira Oliveira, 59 anos, desde os 25 anos confecciona acessórios para vender e segundo ela é a única fonte de renda.

 

Mira Oliveira, artesã e proprietária da loja Mira Artesanatos. (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

Ela explicou que a participação da cunhã-poranga do boi Garantido, Isabelle Nogueira, 31 anos, em um reality show nacional, impulsionou a venda de artigos do boi bumbá na loja dela, situada na avenida Nações Unidas.

 

“Estou com bastante encomenda. Eu já abasteci duas lojas esse ano com meus produtos. Aqui o meu forte é cocar e ombreiras. Esse ano está melhor. Desde quando a Isabelle entrou no programa, tudo que ela usava ficava conhecido e o público encomendava. Ombreira começa em R$ 200 a R$ 400. Temos cocar de R$ 50, R$ 100 e R$ 200”, avaliou a empresária.

 

Entre vizinhas

Para garantir uma grana extra tem parintinense que divide o trabalho com o vizinho. Como a Claudia Regina, 54 anos, que compartilha o pátio da própria casa, localizada no bairro de São Benedito, com a vizinha Selma Benedita para vender acessórios indígenas com a temática de Garantido e Caprichoso.

 

A artesã Cláudia Regina produz adereços e indumentárias com apoio de sua vizinha Selma, e os vende na varanda de sua casa. (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

São colares por R$ 50, ombreiras por R$ 100, o par de brincos de miçanga por R$ 50 e distintas penarias por R$ 30.

 

“É um ganho a mais para a nossa renda. Vem para melhorar as minhas condições econômicas e me ajuda a comprar coisas para a minha casa e manter. Eu confecciono tiaras e brincos. A minha amiga faz as outras coisas como tecer e também o cocar”, disse Claudia. “Ano passado e na Alvorada a movimentação foi ótima. Espero que seja ótimo esse festival”, complementou.

 

Adereços e indumentárias são vendidos na varanda da casa da artesã Cláudia (Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

 

(Foto: Daniel Brandão/A CRÍTICA)

Por: Robson Adriano / online@acritica.com

 

 

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