A cultura é de todos
Arte & Cultura
Publicado em 13/01/2025

"Considero muito positivo e muito bem-vindo um fenômeno marcante dos dias presentes, que é o florescer de entidades culturais em nossa Manaus e no nosso Amazonas."

 

Como todos sabem sou membro da Academia Amazonense de Letras (AAL) e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), o que foi tem sido uma grande benção de Deus, revelado pelo Senhor Jesus, a quem sirvo. Ambas as instituições já romperam a marca dos 100 anos (o IGHA é de 1917 e a AAL é de 1918) e possuíram – e possuem em seus quadros - homens e mulheres de muito valor, que inestimável contributo deram e dão à nossa cultura e ao nosso processo histórico.

 

Daí por diante fui admitido em várias instituições do gênero em nosso estado e em nosso país, o que muito me honra, edifica e alegra. Não falo isso para jactar-me. Falo para frisar que, em todas elas, tenho a oportunidade de conviver com pessoas incríveis, talentosas e donas, sobretudo, de muita luz. Tenho a chance preciosa de aprender e com elas, também, trocar conhecimentos, experiências enriquecedoras, descobrir o mundo além de mim, navegando encantado entre o erudito e o popular, entre as mais diversas e belas formas de expressão da alma humana, que só a cultura, a verdadeira cultura, entendida dessa maneira abrangente, pode proporcionar.

 

Considero muito positivo e muito bem-vindo um fenômeno marcante dos dias presentes, que é o florescer de entidades (associações, clubes e academias) culturais em nossa Manaus e no nosso Amazonas, o que é um alento para quem vive, como nós brasileiros, envolvidos diariamente por notícias negativas nas mais variadas plataformas de comunicação, algo, mesmo, tóxico. Para mim é como se estivessem sendo abertos, pelo espírito de tantas pessoas uma janela de esperança em dias melhores, posto que só aquilo que transcende à realidade e que vem direto do coração pode nos fazer crescer. Aliás, o poeta português Antônio Gedeão já dizia que “os sonhos comandam a vida e que toda vez que o homem sonha, o mundo pulsa e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança”.  É lindo ver como todos, por aqui, estão sonhando e compartilhando seus sonhos conosco, sobretudo no segmento literário.  

 

Lamento muito quando alguém se arvora em árbitro do que é bom ou ruim, do que é arte superior ou inferior, boa ou má literatura, requintado ou tosco, evoluído ou involuído, criando uma espécie de hierarquia entre “culturas”, posto que, em termos de cultura, o que existe são manifestações diferentes do gênio humano, cada uma delas possuindo seu valor e merecendo espaço e respeito em todas as estratificações sociais. Evidentemente que tal entendimento não suprime o direito de crítica artística, mas há críticos e críticos...Uns construtivos que, como bons educadores, sugerem aperfeiçoamentos; outros destrutivos, que se comprazem em apontar os defeitos alheios. Os primeiros devem ser ouvidos; os segundos ignorados.

 

*Homenagem especial a todos os escritores, poetas e cronistas do Amazonas, membros de todas as confrarias criadas e ainda por criar, os quais, corajosa e generosamente, insistem em falar de amor, do bom, do belo e do justo, sem se deixar abater e seguindo a lição de Mário Quinta em relação aos críticos perversos: “Eles passarão, eu passarinho”.

 

Parabéns. Continuem decolando. A sociedade agradece.

 

(Foto: Arquivo A CRÍTICA)

Por: Júlio Antonio Lopes / julioajlopes24@ gmail.com

 

 

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