Em dezembro do ano passado, o pix registrou um recorde de 252 milhões de transações em um único dia, movimentando R$ 162,9 bilhões
O pix é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, conforme já foi atestado pelo Banco Central por meio de pesquisas. Em dezembro do ano passado, o pix registrou um recorde de 252 milhões de transações em um único dia, movimentando R$ 162,9 bilhões. Não é à toa que uma vasta gama de golpes ocorra todos os dias envolvendo movimentações via pix. Estima-se que o número de golpes anuais envolvendo a forma de pagamento varie entre 10 e 15 milhões. São enganações de todo tipo: compra de produtos ou serviços de lojas ou perfis falsos, oportunidades enganosas para multiplicar ou investir dinheiro, pedidos de empréstimo se passando por um conhecido, e o famoso golpe do “pix errado” são apenas alguns.
Por isso mesmo, é natural e também desejável que o meio de pagamento tenha a segurança reforçada pelo Banco Central. Algumas medidas anunciadas ontem, inclusive, já deveriam estar em vigor há mais tempo. Como é possível que um CPF com situação cadastral na Receita Federal “suspensa”, “cancelada”, “titular falecido” e “nula” possa ter uma chave pix associada? Era uma porta escancarada para golpes. O Banco Central informou que, com as mudanças, espera que se torne mais difícil para os golpistas manterem chaves pix com nomes diferentes daqueles armazenados nas bases da Receita Federal.
Há outras medidas, como a impossibilidade de transferência de titularidade de chaves do tipo e-mail, e alterações nos dados das chaves aleatórias, entre outras. São todas mudanças muito bem-vindas, mas é claro que não é o bastante. Dada a importância que o pix assumiu na economia nacional desde que foi implantado em 2020 - inspirado no UPI, sistema de pagamento instantâneo da Índia - a busca pelo aprimoramento nos mecanismos de segurança deve ser permanente. Neste exato momento, golpistas já estão desenvolvendo novas formas de atuação tão criativas quanto criminosas.
Por fim, a informação sobre as mudanças ao público deve ser feita de maneira precisa e cuidadosa. Aliás, é bom o governo não perder de vista que qualquer notícia que junte “pix” e “Receita Federal” em uma mesma linha pode ser facilmente transformada em gigantescas fake news com consequências imprevisíveis.
(Foto: Agência Brasil)
Fonte: Agência Brasil