O pontífice propôs abraçar a “economia de Deus”, caracterizada por ser humilde e fiel à terra, que “não mata, não descarta nem esmaga”
Durante as meditações da Via Sacra, no fim de semana de Páscoa, em uma de suas últimas manifestações, o papa Francisco criticou duramente o atual modelo econômico global, que ele descreveu como uma “economia que mata”. O papa condenou a lógica fria dos cálculos e algoritmos que priorizam interesses implacáveis em detrimento da dignidade humana. O pontífice propôs abraçar a “economia de Deus”, caracterizada por ser humilde e fiel à terra, que “não mata, não descarta nem esmaga”.
Últimos atos
Mesmo ausente da tradicional Via Sacra no Coliseu de Roma, exatamente pelos motivos de saúde que se agravaram, o que o levou à morte, o papa Francisco escreveu as meditações que guiaram a cerimônia.
‘Indiferença’
Em um dos trechos mais fortes, ele criticou o sistema econômico atual de forma veemente: “Vivemos na era da indiferença e da competição, e esse tipo de economia mata”.
Fraternidade
Ele ainda escreveu palavras de compaixão pelos marginalizados. “Pelos abandonados nas fronteiras, pelos invisíveis, pelos sem voz, pelos que têm fome de dignidade, justiça e verdade”. Ao final, Francisco pediu por um mundo mais fraterno: “Senhor, dá-nos a tua paz para que não nos resignemos à guerra”.
União
A solidariedade aos católicos em luto com a partida do líder da maior e mais longeva instituição religiosa do mundo uniu todos os espectros da política amazonense.
Legado
Evangélico, o prefeito David Almeida (Avante) disse que o legado do papa “ultrapassa fronteiras religiosas”. Já o governador Wilson Lima (União) afirmou que o papa “teve a vida marcada pela atenção aos pobres e pela luta por justiça social”. À esquerda e à direita, as manifestações seguiram no dia de ontem.
De olho lá
O presidente Lula tem repetido a aliados uma frase que resume sua estratégia para 2026: “Troco um governador por um senador.” A informação consta na coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo.
Freio
A máxima revela a prioridade do presidente - além da própria reeleição - de formar uma bancada no Senado, mirando uma maioria que freie os avanços da direita. Com dois terços do Senado em jogo em 2026, Lula quer garantir ao menos um aliado por estado.
Focado
Lula tem atuado no convencimento de ministros com potencial para o Senado, mesmo aqueles que miram governos. O objetivo é barrar os planos de Jair Bolsonaro, que articula maioria conservadora para pautas como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Lamentável
O Brasil registrou, em março deste ano, 335.151 pessoas vivendo em situação de rua cadastradas no CadÚnico, o que representa aumento de 0,37% em relação a dezembro de 2024, segundo o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (UFMG).
Aumento
O crescimento é ainda mais alarmante quando comparado a dezembro de 2013, quando o país contabilizava 22,9 mil pessoas nessa condição. Mais: entre 2020 e 2024, o Disque 100 registrou 46.865 denúncias de violência contra pessoas em situação de rua. Metade ocorreu nas capitais, com destaque para Manaus, que aparece com 1.115 ocorrências.
Por: André Alves