Antes de morrer o santo padre fez algumas mudanças para simplificar o funeral e sepultamento.

A morte do Papa Francisco (Jorge Mario Bergoglio), 88 anos, anunciada nesta segunda-feira (21) em virtude de um AVC e Insuficiência Cardíaca, desencadeia uma série de acontecimentos fúnebres no Vaticano até o sepultamento, que deve ocorrer na Basílica Papal de Santa Maria Maior, o maior templo religioso dedicado à Maria, mãe de Jesus. Antes de morrer o santo padre fez algumas mudanças para simplificar o funeral e sepultamento. 

No testamento, Papa Francisco pediu “que os restos mortais repousem, esperando o dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior.”. E também solicitou que o próprio túmulo “seja preparado no nicho do corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza desta mesma Basílica Papal. O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus”. 

E por fim dedicou o sofrimento dos últimos dias na terra pela paz no mundo e a fraternidade entre os povos. “Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e que continuarão a rezar por mim. O sofrimento que esteve presente na última parte de minha vida eu o ofereço ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos”.

Confira as etapas para o funeral, chamadas de estações

Preparação e cerimônia

A primeira estação é a preparação do corpo que ocorre na capela privada do Papa, logo após a confirmação da morte pelos profissionais de saúde. Em seguida o camerlengo organiza o funeral e administra o Vaticano até a eleição de um novo Papa e chama o falecido pelo nome completo de batismo, Jorge Mario Bergoglio.

Uma tradição antiga também é a destruição do anel papal, que tem a imagem de São Pedro pescando e serve como selo oficial. O camerlengo quebra o anel para impedir seu uso por outra pessoa. Por fim, os aposentos papais são trancados para evitar saques. O atual camerlengo é o cardeal Kevin Joseph Farrell, nomeado por Francisco em 2019.

Procissão e sepultamento

Na segunda estação, após a morte, o Papa será vestido com  batina branca e roupas vermelhas, colocado em um caixão de madeira simples e levado em procissão até a Basílica de São Pedro, onde ficará exposto ao público por três dias. Durante esse tempo, o corpo ficará em um caixão aberto, simbolizando a humildade como pastor. 

O funeral seguirá tradições antigas, como a colocação de um pano branco sobre o rosto e o uso de um único caixão de carvalho, com um documento do pontificado e um saco de moedas. A missa fúnebre será realizada na basílica, com uma multidão na praça, e a homilia refletirá sobre a vida do Papa. Missas de memória continuarão por nove dias, em um período chamado de Novendiais, tradição antiga de luto.

Luto e Comemoração

Após o sepultamento, há um período de luto oficial, onde fiéis e líderes religiosos homenageiam a memória do Papa, refletindo sobre sua vida e legado. Segundo o desejo de Francisco, haverá uma procissão por Roma até Santa Maria Maggiore, onde o caixão será colocado em seu local definitivo após orações e bênçãos, e posteriormente ficará aberto ao público para oração e veneração. 

Após algumas orações finais e a aspersão de água benta, o caixão será colocado em seu local definitivo dentro da igreja. Apenas mais tarde o espaço será aberto ao público para orações e veneração. Segundo a professora de estudos religiosos no College of the Holy Cross, Joanne M. Piercer, a maioria dos papas é enterrada nas grutas sob a Basílica de São Pedro, e desde o sepultamento do papa Leão XIII em São João de Latrão, em 1903, todos os papas foram enterrados em São Pedro.

O Papa Francisco no funeral de Bento XVI (Foto: Handout / VATICAN MEDIA / AFP)

Por: Robson Adriano