A histórica casa do comendador Joaquim Gonçalves de Araújo, conhecido como JG Araújo, foi cedida pelos herdeiros dele aos frades para abrigar o acervo sacro que conta a história das missões dos religiosos no AM
A histórica casa do comendador Joaquim Gonçalves de Araújo, conhecido como JG Araújo, situada na rua Costa Azevedo, bairro Centro, zona Centro-Sul de Manaus, será destinada às instalações do Museu de Artes Sacras da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos Amazonas e Roraima (Muscap). A residência histórica foi cedida pelos herdeiros de JG Araújo aos frades para abrigar o acervo sacro que conta a história das missões dos religiosos no estado.
O frei Raul Falcón, frade capuchinho da Igreja de São Sebastião, explicou nesta quarta-feira (21) que o projeto para o lugar, além do museu, inclui a estruturação de um centro cultural. “Conseguimos contactar com os antigos proprietários da casa JG Araújo, explicamos o projeto de transformar em museu e também em um centro cultural de artes sacras, ficaram felizes com a proposta e nos deram a concessão de uso do espaço, para realizar esse projeto tão importante para área cultural da cidade de Manaus”.
Falcón conta com 19 voluntários que atuam na limpeza e revitalização. “A casa não está em processo de restauração. É uma casa bem conservada, a questão é a limpeza e o cuidado. A gente conta com a ajuda de voluntários para avançar nesse trabalho. É só procurar nossa página no instagram e contactar com a nossa equipe. Vamos nos reunir na sexta-feira e no sábado para a limpeza”, disse. A página é @muscap.ar
Datada do final do século 19, a casa foi edificada ainda no período da borracha, por volta de 1800. O imóvel por si já abriga valor histórico como a pintura original de uma reprodução da obra “A virgem dos rochedos” de Leonardo Da Vinci. A previsão é que a casa esteja aberta para visitação em novembro deste ano. “Acreditamos que o natal esteja totalmente revitalizado para entrar no calendário de festejos natalinos. Essa é a nossa missão agora”, explicou o Frei.

Frei Raul Fálcon, frade capuchinho da Igreja de São Sebastião
A casa deve abrigar, aproximadamente, três mil obras sacras entre fotos, imagens, livros raros, esculturas e indumentárias.
“Na verdade, vamos abrigar dezenas de obras. Exposições temporárias de artistas que desejam expor algumas obras, de acordo com a missão do museu, também poderão vir. Podemos dizer que será um Museu com exposição de obras e também lugar de formação para pessoas que deseja entender sobre artes sacras, restauração e história”, explicou.
O acervo conta a participação dos Frades Capuchinhos na construção de Manaus.
“Temos até uma informação interessante descoberta há duas semanas: Joaquim Araújo era muito amigo dos capuchinhos. Descobrimos que JG Araújo era dono de um estúdio de fotografia e patrão de Silvino Santos, o cineasta, que possivelmente tenha viajado nas missões. Encontramos no nosso acervo materiais fantásticos do Silvino Santos. E fizemos essa incrível ligação: JG Araújo, os Capuchinhos e Silvino Santos”, finalizou o Frei.
(Foto: Junio Matos)
Por: Robson Adriano