Mudança de comportamento é um dos principais desafios neste dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação
“Você é o que você come”. A frase resume bem a importância da alimentação para qualquer pessoa. Em um país onde o padrão alimentar é um dos cinco piores do mundo, segundo estudos internacionais, planejar cada refeição e, principalmente, possuir um comportamento equilibrado com a comida é a garantia de um corpo saudável e, por que não, economia para o próprio bolso.
O estudo é o Alternative Healthy Eating Index, que analisou a evolução da alimentação a nível mundial entre os anos de 1998 e 2018. Os pesquisadores definiram uma dieta saudável como aquela que prioriza o consumo de frutas, hortaliças, grãos integrais e fontes de gorduras boas como pescados, diminuindo o consumo de carne vermelha e processada, bebidas açucaradas e redutos de sódio. Ao final, o Brasil surge com uma das menores pontuações ao lado do México, Estados Unidos e Egito.
Neste cenário e antecedendo do debate para o Dia Mundial da Alimentação, celebrado no dia 16 de outubro, o primeiro e talvez o passo fundamental a ser dado, de acordo com especialistas, é justamente se permitir a uma mudança de comportamento. A nutricionista Darcymara Marques aponta que o maior erro da população em geral é não incluir o momento de comer como tarefa diária.
“É a pessoa acordar atrasada e acabar deixando de fazer a principal refeição que é o café da manhã, e no almoço, a pessoa vai estar com muita fome e come duas ou três vezes, repete o prato e acaba consumindo uma quantidade de alimento grande em índice glicêmico”, afirmou Darcymara.
Segundo a profissional, é primordial planejar refeições com antecedência, mantendo um fluxo alimentar seja dentro de casa ou na correria de um dia de trabalho.
"A dica é a pessoa se organizar, levar as suas refeições durante o dia, o que vai lanchar. As pessoas deixam para pensar nas refeições de última hora. Você pode se organizar ao fazer substituições de frutas no lugar de doces, pão com alguma proteína e salada no lugar frituras. São opções que você tem na sua casa”, afirmou.
Planejamento
No meio da rotina intensa, o estresse e a falta de tempo param se dedicar à cozinha – e consequentemente, para comer – leva muitas pessoas a não se planejarem na hora de se alimentar. O resultado são sempre soluções mais fáceis, porém duvidosas: comidas prontas, delivery e alimentos inadequados nas refeições.
A nutricionista Kinderly Lorena pontua que se programar para uma alimentação mais natural, por exemplo, traz ganhos para o bolso.
“Fazer listinhas das compras antes de chegar no supermercado e horta em casa. Você pode plantar cebolinha, manjericão, couve, o açafrão. É uma maneira de economizar com mercado, além de ter uma alimentação ainda mais natural. Para cada mês do ano existem legumes, frutas, verduras e peixes típicos da época. Priorizar esses alimentos da estação é bom por que em geral são mais baratos”, disse a especialista.
Substituições
Para as nutricionistas, comer bem também é um jogo de substituições...E não estamos falando de escolhas com preços mais altos no supermercado, pelo contrário: é saber escolher o que comer entendendo que qualquer alimento terá um substituto do mesmo valor e de características parecidas.
“Por exemplo, substituir o doce como chocolate por uma fruta, suco natural ao invés de refrigerante ou sucos industrializados. No lugar do hambúrguer industrializado, prefira um corte magro de carne ou faça o seu próprio hambúrguer em casa. O mesmo vale para os temperos. Deixe de usar os caldos de carne industrializados e dê mais sabor às suas receitas com as ervas naturais, como o manjericão e o orégano, além da cebola e do alho”, disse Kinderly.
Para Darcymara, independente da questão financeira de cada pessoa, é possível mudar a alimentação e torna-la mais nutritiva e inteligente.
"Nós costumamos dizer que para ter uma alimentação saudável é preciso gastar mais dinheiro, mas se você somar todos os dias o lanche fora de casa, produtos inadequados, tudo vai sair mais caro do que você comprar alimentos que fazem bem para o corpo. Você é o que você come, e isso depende muito das escolhas que cada um faz".
(Foto: Reprodução)
Fonte: Neto Pantoja / online@acritica.com