Paulo Teixeira ressaltou a entrega de mais 50 mil cestas básicas a agricultores familiares afetados pela estiagem. Também informou criação da Bolsa–Verde, destinada a comunidades que trabalham na proteção ambiental
O Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, junto com o governador Wilson Lima (União), anunciou nesta segunda-feira (30), em Manaus, novas medidas para o atendimento do setor primário, um dos segmentos afetado pela seca no Amazonas.
Paulo Teixeira ressaltou a entrega de mais 50 mil cestas básicas a agricultores familiares afetados pela estiagem. Além disso, o ministro informou a criação da Bolsa–Verde, destinada a comunidades que trabalham na proteção ambiental, além da compra de R$ 17 milhões de produtos adquiridos de agricultores para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Mais R$ 17 milhões serão fornecidos pelo governo federal, tendo um repasse de R$ 10 milhões para o estado. “Ao todo serão R$ 44 milhões de compras de produtos, fortalecendo a agricultura familiar”, afirmou.
O ministro ainda anunciou que o Amazonas contratou, após mudanças no Plano Safra da Agricultura Familiar da Amazônia, R$ 25 milhões em crédito, um aumento de 62% em relação ao contratado no ano passado. O objetivo das mudanças é estender para a Amazônia, as mesmas garantias de regiões como o Nordeste, voltadas para o desenvolvimento sustentável.
“Queremos descentralizar o crédito no Brasil, que está muito concentrado em certas regiões. Não que não vamos atender essas regiões, mas nos causava espanto o fato do Amazonas ter pouco recurso do plano safra”, explicou.
O Plano Safra da Agricultura Familiar da Amazônia tem o objetivo de desenvolver incentivos aos sistemas agroflorestais, mecanizar o agricultor extrativista, agroindústrias e agregar valor para o pequeno produtor no estado, além da pesca, com o fornecimento de barcos com refrigeração para congelar o pescado e vender em melhores condições, e a criação de um sistema de cooperativas para os agricultores venderem para alimentação escolar através do Fundo Amazônia e o BNDES, utilizando R$ 9 milhões.
Entrega de títulos
Em sua agenda, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar ainda realizará a entrega de 500 títulos definitivos de terra na cidade de São Gabriel da Cachoeira, a 1702 quilômetros de Manaus. O governador Wilson Lima apontou a necessidade do incentivo à regularização fundiária.
“Nós temos uma série de ações do governo federal no sentido de oferecer crédito, no sentido de fomentar sistemas agroflorestais, de algumas cadeias produtivas, mas essas questões só avançam se nós tivermos a questão da regularização, da legalização das terras. Já há um comitê no Estado do Amazonas, formado para a justiça, sob o comando do CNJ, formado pelo governo do Estado, prefeituras, governo federal, para que a gente possa avançar nessas pautas que são muito importantes”, disse.
Estiagem
Segundo Paulo Teixeira, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, articula com a Força Aérea Brasileira (FAB) a liberação de mais helicópteros para enviar cestas básicas e água potável para comunidades isoladas.
“O presidente Lula está muito atento à Amazônia, ao que o Amazonas está passando agora, que é fruto de uma crise climática, mas que a Amazônia não é responsável por essa crise climática, é vítima. E por essa razão o presidente Lula está debatendo com outros países, para que esses países, que são responsáveis pelo aquecimento global, possam destinar recursos para o desenvolvimento da Amazônia e que ela continue desempenhando um papel importante no mundo, mas que seu povo também se desenvolva”, afirmou.
O governador afirmou que a região amazônica está sofrendo devido a consequência s dos países ricos. “O estado do Amazonas hoje sofre uma injustiça climática, porque hoje nós somos reféns de um problema que não foi o povo da Amazônia que causou. Hoje, nós somos reféns de ações de poluição de países ricos. Não é a Amazônia que é a maior poluidora do mundo, e hoje muita gente aponta para a Amazônia como se nós fôssemos os responsáveis pelas mudanças climáticas, e felizmente, os eventos extremos estão com o tempo cada vez mais encurtados”, apontou.
Próximo ano
Wilson Lima afirmou que o governo do estado montará uma estrutura de brigadas nos 21 municípios com maior foco de calor para o combate às queimadas. A estrutura contará com carros pipa e treinamentos para o corpo de bombeiros.
A novidade a aquisição de uma aeronave de R$ 15 milhões com capacidade para despejar até 3.500 litros de água, com o apoio do Ministério da Justiça.
Em relação à navegação e a economia, Wilson Lima informou que o governo federal incluiu o trabalho de drenagem nos rios de forma antecipada. “De acordo com os históricos que a gente tem, será feito um levantamento para estudar quais são os pontos, na medida em que a estiagem vai se aproximando e que será necessário fazer o trabalho de prevenção”, disse.
(Foto: Márcio Silva)
Fonte: Karina Pinheiro / politica@acritica.com