Diferente do primeiro pedido, o valor solicitado para empréstimo é R$ 20 milhões menor que o anterior. No PL, também existe uma descrição das áreas onde o recurso será aplicado
O prefeito David Almeida (Avante) vai reenviar, nesta terça-feira (28), à Câmara Municipal de Manaus (CMM) projeto de lei pedindo autorização para tomar um empréstimo no Banco do Brasil. No dia 8 de novembro, a CMM rejeitou por 20 votos a 19 pedido para uma operação de crédito de R$ 600 milhões. Desta vez a proposta caiu para R$ 580 milhões. A informação foi dada hoje pelo secretário chefe da Casa Civil e vice-prefeito de Manaus, Marcos Rotta.
Para A CRITICA, Rotta disse que o projeto será diferente do primeiro. Além do valor R$ 20 milhões a menor, haverá a descrição das áreas onde o recurso será aplicado e um quadro comparativo demonstrando a vantagem da operação no Banco do Brasil em relação a outras instituições financeiras.
“Estamos fazendo esses ajustes, com a supervisão do David, exatamente para que possamos atender uma reivindicação meritória da Câmara. Segue, por exemplo, o parecer da PGM e também da Semef”, informou.
Com as modificações, Marcos Rotta se mostrou otimista quanto à aprovação do texto. “Estamos com a expectativa de contarmos com a sensibilidade da Câmara e dos seus integrantes”,disse.
A primeira proposta foi recusada durante uma sessão extraordinária com voto de desempate do presidente da CMM, Caio André (Podemos). O recurso, segundo justificativa no projeto, seria investido em infraestrutura básica, ambiental, esporte e lazer, assim como intervenções na mobilidade urbana, construção e revitalização de parques e contenção de erosões. O texto foi criticado pela oposição por não conter detalhes da destinação dos recursos.
Ao saber do resultado, David Almeida declarou que a votação foi triste e que iria reenviar a proposta. Segundo ele, o pedido de empréstimo se deu pela necessidade de investimentos na capital, havendo apenas no momento, verba para pagamentos de contas, servidores e contratos.
“Foi uma votação triste, um dia triste para a população de Manaus, mas que nós vamos, através da própria população reverter. Eu vou reenviar a mensagem para a Câmara e mostrar que a votação não atendeu os interesses da população. Espero que os vereadores que votaram contra revejam a suas posições. Nessa votação, quem sofreu foi o povo. Outros interesses foram atendidos, não o interesse da população”,disse.
Um dia depois da reprovação do projeto, Caio André acusou a prefeitura de bloquear indevidamente repasses da CMM, o que foi rebatido pela administração David Almeida, que alegou que a retenção de parte dos recursos se deu por exigência constitucional. O Executivo disse ainda que o orçamento do Legislativo estava sendo repassado corretamente.
No dia 10 de novembro, durante um evento público, David Almeida elevou o tom e disse que, se o projeto fosse rejeitado novamente, iria expor em outdoors os nomes dos vereadores que votassem contrários à proposta. Disse inclusive que montaria acampamento para pressionar os vereadores. E anunciou que iria todos os dias às ruas dizer à população que os problemas do município não serão resolvidos por culpa dos parlamentares.
(Foto: Paulo Bindá)
Fonte: Karina Pinheiro / polItica@acritica.com