TRE reúne institutos de pesquisas após queixas de perseguição
Politica
Publicado em 18/07/2024

Tribunal reuniu com responsáveis pelas empresas nesta quarta-feira (17), que afirmam sofrer "perseguição judicial" por partidos políticos

 

Em reunião pública nesta quarta-feira (17), o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) reuniu institutos de pesquisas eleitorais para esclarecer as regras do pleito sobre registro, elaboração e divulgação dos estudos junto ao eleitorado. O encontro aconteceu em meio a queixas das empresas, que dizem sofrer ‘perseguição judicial’ por parte de partidos políticos e outros institutos de pesquisa.

 

A reunião foi conduzida pelo desembargador João Simões, presidente da Corte, que participou via chamada de vídeo por questões de saúde. Além dele, integraram a mesa o corregedor eleitoral e vice-presidente, Airton Gentil, juízes eleitorais e o Ministério Público Federal. Também estiveram presentes representantes de partidos políticos, do Comitê Civil de Combate à Corrupção e das empresas de pesquisas.

 

Segundo dados do TRE-AM, até 16 de julho, o Amazonas somava 61 pesquisas eleitorais registradas na Corte. Deste total, a maioria (37) era de levantamentos sobre a eleição no interior do Amazonas. Outras 24 pesquisas se referiam ao pleito em Manaus.

Fundador do Pontual Pesquisas, o empresário Erick Barbosa diz que os institutos de pesquisa pediram a reunião com o TRE-AM porque estão sendo vítimas de judicialização por parte de partidos políticos e veículos de comunicação.

 

“Essa aproximação com o TRE-AM traz muito benefício para a população e para a eleição, porque as pesquisas são estudos baseados em métodos, o que é muito complexo, e a legislação que regulamenta isso está começando, então isso requer uma consciência ampla para conseguir julgar se os estudos estão corretos ou não”, disse.

 

(Foto: Nilton Ricardo/AC)

 

Na semana passada, o juiz eleitoral Rafael Rodrigo da Silva Raposo, da 62ª Zona Eleitoral de Manaus, suspendeu a divulgação de três pesquisas eleitorais do Instituto de Pesquisa do Norte Ltda (Ipen). Ele acatou o pedido do Partido Liberal (PL) e Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), que alegaram “incongruências” no tratamento dos dados. Além do caso, já houve outras suspensões a pesquisas eleitorais no pleito deste ano.

 

Métodos

Fundador da Action Pesquisas, criada há 25 anos, o administrador Afrânio Soares defendeu a existência de diferentes métodos para se fazer os levantamentos sobre a opinião do eleitorado. Para ele, é preciso olhar as especificidades de cada pesquisa antes de taxá-la como fraudulenta.

 

“Não existe um único método para se fazer a pesquisa. Aliás, na ciência, você tem métodos e variações do método que não invalidam um ao outro”, pontuou. Um dos debates atuais é sobre qual base de dados populacionais utilizar para as pesquisas. Há institutos que usam o Censo de 2022, outros o Censo de 2010 e aqueles que se baseiam em estatísticas do TRE-AM.

 

Afrânio acrescentou ainda que, no decorrer da pesquisa, podem ocorrer situações que não ocorrem como se previu no registro prévio no TRE, como o número de entrevistados e o atendimento a todas as cotas estabelecidas do eleitorado, como o recorte de mulheres com ensino superior. “A estatística aceita algum tipo de questão que não pode ser concretizada e nem por isso as pesquisas são fraudulentas ou mal feitas”, disse.

 

Fundador do Pontual Pesquisas, o empresário Erick Barbosa (Foto: Nilton Ricardo/AC)

 

Avaliação

Para o corregedor eleitoral do TRE-AM, desembargador Airton Gentil, a reunião com os institutos e partidos foi uma demonstração da transparência da Corte no processo eleitoral. Ele diz que novos encontros devem ocorrer ao longo do pleito.

 

“O nosso propósito é a transparência, é abrir o diálogo. É muito importante que a sociedade entenda que faremos de tudo para combater mentiras, inverdades, porque sabemos o quanto isso macula o processo eleitoral. Agiremos dentro da legalidade, nos processos, como é a nossa obrigação. Todas as ponderações, o que chegar ao nosso conhecimento será debatido e decidido da melhor forma possível dentro do que estabelece a lei”, pontuou.

 

Segundo dados do TRE-AM, até 16 de julho, o Amazonas somava 61 pesquisas eleitorais registradas na Corte (Foto: Nilton Ricardo/AC)

Por: Waldick Junior / politica@acritica.com

 

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