Candidatos ausentes foram alvo de críticas conjuntas de políticos que rivalizam entre si
O primeiro bloco do debate entre candidatos à Prefeitura de Manaus foi marcado por ataques e críticas ao prefeito David Almeida (Avante) e ao deputado estadual Roberto Cidade (União), que não compareceram ao evento. Os deputados Amom Mandel (Cidadania), Capitão Alberto Neto (PL) e o ex-deputado Marcelo Ramos (PT) usaram suas perguntas e respostas entre si para reforçar acusações e apontar problemas na gestão municipal e estadual.
Marcelo abriu o debate perguntando para Amom Mandel, mas iniciando sua fala culpando David Almeida pelas filas nas unidades básicas de saúde e, caso o cidadão consiga o atendimento, deve ser atendido pelo SISREG, “nas mãos do governador que é patrão do candidato Cidade”. Em resposta, além de suas promessas para área da saúde, Amom seguiu a linha de críticas aos dois ausentes.
Temos uma série de fiscalizações e raios-x na Secretaria Municipal de Saúde, onde identificamos ainda no mandato de vereador e também no de deputado federal inconsistências que devem ser corrigidas na Prefeitura de Manaus, inconsistências essas que fizeram que, em janeiro de 2021, a prefeitura enfrentasse uma de suas maiores crises até hoje quando da notícia que tomou o Brasil, do fura-fila da vacina”, relembrou.
Em sua réplica, Marcelo Ramos relembrou atos realizados durante a pandemia de Covid-19 “enquanto o prefeito distribuía cloroquina e o governador deixava faltar oxigênio”. Dentro do tema da saúde ainda, Amom Mandel afirmou que a prefeitura não enviou projetos para envio de recursos para a área na capital.
Durante sua pergunta, Alberto Neto chamou o ausente Roberto Cidade de “marionete do governador”, “covarde” e “despreparado”, trazendo ainda a denúncia realizada na última semana de que a casa de um parente do deputado foi utilizada como QG de membros do governo estadual para sabotar a candidatura de Mateus Assayag (PSD) em Parintins.
“Você daria o seu voto a quem usa a casa da sua família como escritório do crime? Que lá, junto com os secretários do Wilson Lima, tramam trazer traficantes, milicianos, assaltantes para coagir a nossa população?”, disse pedindo comentário de Marcelo Ramos.
O petista, por sua vez, disse que o vídeo divulgado é grave e ofende a democracia, “a liberdade do povo de fazer a sua escolha e que precisa de uma reação dura e enérgica das instituições”.
“Secretários que deveriam estar utilizando as suas energias para superar os problemas da vida da nossa gente, para diminuir o número de assaltos, para diminuir a fila do SISREG, para não aumentar o ICMS e o IPVA, para melhorar a vida do nosso povo, gastam a sua energia tentando utilizar a máquina pública para manipular o processo eleitoral”, respondeu.
Outros temas, como falta de segurança pública e de vagas em creches para crianças, também foram utilizados para atacar David Almeida e Roberto Cidade.
Até o final do debate, os candidatos continuaram a criticar a ausência dos dois. Mesmo durante as perguntas temáticas, Amom, Alberto e Marcelo direcionaram suas críticas a David e Cidade.
Na questão da mobilidade urbana, questionando Marcelo, Alberto Neto disse que o prefeito de Manaus tinha problemas com “corrupção e incompetência”. Enquanto o petista focou suas promessas na melhora da frota e na proibição do trânsito de veículos pesados, o conservador puxou a má qualidade dos veículos e a falta de segurança no transporte coletivo.
No eixo da saúde, Amom Mandel fez críticas à ausência da dupla no debate “e no dia a dia quando você vai à UBS, precisa de um medicamento e está faltando, quando você chama uma ambulância, vai parar no 28 de Agosto e não tem medicamento”.
Em suas considerações finais, em meio a promessas eleitorais para Manaus, o trio de presentes reiterou a ausência de David Almeida e Roberto Cidade no encontro.
Candidatos participantes do debate realizado pela TV A Crítica (Foto: Jeiza Russo)
Por: Lucas dos Santos / politica@acritica.com